O Projeto 5.xx Está Em Desenvolvimento

O Projeto 5.xx Está Em Desenvolvimento 1

Nesse post aspiro pensar sobre o caráter improvisado da prática do freestyle, narrado por causa de seus cultores como “rap feito pela hora”. Palavras-chave: Improviso, rap, freestyle. In this article I will discuss the improvisational element of freestyle, described by its performers as rap created “off the top of the head”. I will utilize some examples collected in a three year research project about a freestyle battle that takes place by the Santa Cruz metro station, in São Paulo.

This selection of verses will demonstrate the importance assigned by the freestylers to the improvisation of lyrics, whilst as the same time showing how clichés are used so abundantly that they call into question the very notion of improvisation. Keywords: Improvisation, rap, freestyle. Segundo seus praticantes, o freestyle é uma vertente do rap que se caracteriza por ser “feita pela hora”. No presente post aspiro erguer muitas perguntas a respeito do caráter improvisado desta prática, tomando como exemplo uma seleção de versos inscritos durante as brigas da Santa Cruz.

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  • 30 July, 2016 – 07:00
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Primeiramente será preciso doar um passo atrás, “estranhando” a vinculação automática do freestyle ao rap. Práticas de improvisação verbal ou desafios rimados imediatamente foram tematizadas por incontáveis autores3, muito antes do gênero rap se decidir; e é desnecessário contar que não é cada verso improvisado que é considerado freestyle. Esse modelo rítmico específico constitui a primeira lição nas oficinas de MC5 ou o primeiro conselho que rimadores experientes transmitem aos principiantes.

Nos termos “nativos”, trata-se da técnica do bum-clap em “oito tempos”. Cada verso acima corresponde a um compasso de quatro tempos. Sublinhei as sílabas que coincidem com qualquer um dos tempos do compasso, sendo que, no segundo tempo de cada compasso, o acento a respeito as sílabas (“bem” – de sabendo; e “rap”) se deu em antecipação de semicolcheia.

É claro que isso é só a suporte formal, a respeito da qual diversas variações rítmicas são possíveis, a toda a hora analisando a rima a cada par de compassos. A relevância das rimas é tal que em tão alto grau no freestyle como no rap em geral, o verbo “rimar” é sinônimo de “cantar”. MCs: eles não cantam nem falam, mas sim, rimam8. Adam Bradley, professor pela Universidade do Colorado e estudioso do rap como forma de poesia, propõe que “as rimas mais comuns no rap são rimas de final, que caem no último tempo do compasso, sinalizando o fim da linha poética”9.

No caso do rap, não faz significado pensar no número de sílabas em cada verso já que a presença concreta ou imaginada do beat12 permite um exercício musical das pausas. Uma das decorrências desta exploração dos silêncios é a irregularidade do tamanho dos versos. Por essa razão, parece mais adequado anotá-los, sejam eles curtos ou longos, em pares (AA), ao invés de quadras (ABCB).